segunda-feira, 23 de outubro de 2017

News do Dia: Dólar salta 1,3% e bate R$ 3,24, com aversão a risco; Bolsa cai mais de 1%
SigaOLucrooutubro 23, 2017 0 comentários

Bolsa de São Paulo, agora com o nome B3.
Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Votação de denúncia contra Temer e decisão do Copom no radar


RIO - O dólar comercial registrou nesta segunda-feira sua maior alta contra o real desde a denúncia da JBS contra o presidente Temer, saltando 1,31% e fechando a R$ 3,232, cotação mais elevada desde 11 de julho. Na máxima, a divisa bateu R$ 3,240. O câmbio local acompanhou a tendência de valorização global da divisa americana contra moedas emergentes, em dia de queda das commodities e com a possibilidade de que o novo presidente do banco central dos EUA mais favorável a um aperto de juros mais intenso. O real, porém, foi a moeda que mais perdeu valor diante do dólar no mundo, com os investidores enxergando espaço cada vez menor para aprovação de reformas de impacto fiscal. O mau humor dos investidores também foi percebido no índice Ibovespa, referência da Bolsa, que recua 1,32%, aos 75.380 pontos.

— Os investidores estão buscando proteção no dólar, diante do cenário político interno e do aumento da percepção de risco lá no exterior. Com a votação da denúncia contra o Temer, aparentemente, vislumbra-se a possibilidade de ele passar raspando nas denúncias mas não tenha cacife para aprovar reformas, sobretudo a da Previdência. Lá fora, pesa a perspectiva de aumento maior de juros nos EUA com a mudança de comando no Fed, a Coreia do Norte e a Catalunha — afirmou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

A agência de classificação de risco Moody’s classificou nesta segunda-feira de improvável a aprovação de um “reforma substancial” da Previdência no Brasil, diante do tempo limitado e da diminuição do apoio no Congresso à proposta.

“Alguns participantes do mercado esperam que a rejeição das denúncias de corrupção e do forte apoio de Temer no Congresso vai restabelecer o fôlego de buscar uma reforma da Previdência, mas o tempo está acabando para a proposta atual e o apoio a ela está se reduzindo, tornando improváveis reformas substanciais, o que é negativo para o (perfil de crédito) soberano (do Brasil)”, disse a Moody's, em nota distribuída por e-mail.
Mais cedo, foram divulgadas as novas projeções do mercado financeiro para 2017 e 2018 pelo Boletim Focus, do Banco Central. O documento trouxe pequenas altas para economia, inflação e câmbio no fim deste ano.

— A expectativa é que o governo ganhe, mas a votação vai determinar o viés do mercado. Se o placar for ruim, haverá viés pessimista, pois ficará mais difícil aprovar a reforma da Previdência e essa é a última chance, caso contrário ficará para o próximo governo — disse o operador da corretora H. Commcor, Cleber Alessie Machado.
As maiores quedas do horário são Estácio ON (-2,39%), Copel PNB (-2,11%) e Qualicorp ON (-1,85%). As maiores valorizações são de Cosan ON (1,43%), Cyrela ON (1,18%) e Hypermarcas ON (1,17%).

Na quarta-feira, os deputados votam em plenário a segunda denúncia contra Temer, dessa vez por obstrução de Justiça e formação de quadrilha. Os investidores acompanham atentos esse processo diante de dúvidas sobre qual o capital político que o governo terá para dar continuidade às reformas no futuro próximo, sobretudo à da Previdência.

O próprio Planalto trabalhava com a possibilidade concreta de ter votação menor em plenário na segunda denúncia, algo entre 240 e 250 votos. Na primeira votação, foram 263 votos favoráveis.

No exterior, a atenção estava voltada para a sucessão do Federal Reserve, banco central norte-americano. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que em breve fará sua escolha sobre quem vai liderar o Fed e ainda avaliava pelo menos três pessoas: o diretor do Fed Jerome Powell, o economista da Universidade de Stanford John Taylor e a atual chair do Fed, Janet Yellen.

Esta semana o mercado também está de olho na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que se reúne esta semana para decidir a taxa básica de juros da economia, a Selic, atualmente em 8,25% ao ano. A expectativa é que o mercado terá redução de 0,75 ponto percentual. Assim, a Selic recuaria a 7,5% ao ano.

Fonte: O Globo

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